segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A informática na educação.

Embora quadradinho, o texto de Paloma Epprecht e Machado & Renata Mandelbaum sobre tecnologia e educação traz informações cabais para se entender os novos rumos do movimento educacional no Brasil. O ponto de partida é pensar na necessidade de acompanhar o ritmo da constante mutação que seguem os costumes da humanidade, e o retumbar disso nas áreas do conhecimento: como dialogar com novas mídias, costumes e tecnologias com a transmissão de saber?
Trabalha-se com uma idéia interessante: os recursos de inovação tendem a vir de países com maior déficit de funcionamento do sistema comum- afinal, lugares em que as coisas funcionam de maneira satisfatória não precisam de uma mudança inovadora e signficativa, não é mesmo? Dessa maneira, é mais fácil pensar que O Brasil tem trazido muito mais questões inovadoras no âmbito da educação do que a Finlândia, porradona na área, por exemplo. Entende-se pelo velho chavão do "time que tá ganhando não se mexe..."
Assim, deve-se pensar no advento da internet e das tecnologias midáticas aliados ao contexto da educação- como isso deve ser introduzido e trabalhado de maneira satisfatória na sala de aula, com indivíduos que já nascem inseridos num contexto tecnológico muito mais profundo (e facilitado através disto) do que o que os professores que ensinam, assumindo a importância da tecnologia no cotidiano comum e repensando as noções e relações de aluno e professor, enquanto facilitadores mútuos do processo de aprendizagem.
Na defesa da idéia que discutem, as autoras apresentam o contexto histórico da inserção da informática na escola, com os laborátórios que malmente no auxílio do ensino, relegados à condição de área de recreação ou museus de sucatas trancafiados , evitando o livre acesso. Nas palavras delas "Foram raras as experiências em que a tecnologia foi integrada ao projeto pedagógico da escola e, mesmo assim, elas encontraram resistência por parte de alguns professores."
Hoje,
vê-se uma relação maior e intrinsecamente ligada ao uso pedagógico crítico da tecnologia, no sentido de que os indivíduos atrelados ao processo de aquisição de conhecimento são "nativos digitais".
Para quem deseja saber mais sobre o tema, abaixo o link para o texto integral.


http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=internet_e_cia.informatica_principal&id_inf_escola=829

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cibercultura



O filósofo da comunicação, Pierre Levy, escreveu coisas importantes sobre Cibercultura num livro especialmente voltado para isso.
Para ele, o trabalho que anda sendo tecido na internet é algo valoroso que não deve ser descartado, ne tratado como algo inferior. Lendo o capítulo introdutório do material (que está livremente disponibilizado na própria internet), percebi a necessidade de Levy em defender com unhas e dentes a legitimidade da cultura virtual.
As coisas produzidas através da internet devem ser levadas em conta, e para ele o movimento de repulsa a isso se assemelha com a repulsa o rock n' roll, quando surgiu nos idos da década de 50.
Hoje, é indiscutível o grau de popularidade do ritmo musical, que se popularizou e ganhou inúmeras vertentes. Levy também compara com diferentes graus de popularização de mídias e tecnologias, evocando até Einstein para sedimentar as idéias que defende.
Nisso está contida uma idéia de valorização de uma produção coletiva, que prioriza a velocidade da informação. Trabalha também com a possibilidade real de um novo espaço de comunicação, que potencializa relações econômicas, políticas, culturais e humanas.

De fato, há de se convir que praticamente todos eeses aspectos mudaram de modo satisfatório com o advento da rede mundial de computadores. Com as redes sociais e programas de conversação podemos ampliar e manter as relações humanas com amigos distantes, parentes e até com pessoas de outros países. É perfeitamente possível criar empresas virtuais, sem a burocracia e necessidade de pagar impostos abusivos para se vender na rede; no âmbito político, tornou-se muito mais fácil acompanhar e cobrar uma postura dos candidatos políticos nas eleições.
Há ainda de se perceber os fenômenos recentes acontecidos com os mitos decaídos da mídia brasileira: Xuxa, Galvão Bueno, SandyJúnior entraram em choque com a realidade popular zombando das suas ações patéticas e tendo voz para tal. É a movimentação da cibercultura!
No capítulo introdutório ainda é discutida a questão polêmica do acesso digital, que infelizmente não é para todos e não distribui de maneira uniforme, terminando por ficar concentrada nas Justificarmãos de quem tem maior poder aquisitivo. É por conta disso que existem as dicussões sobre inclusão digital, ganhando um olhar esperançoso e confiante a respeito do que se discute e se produz no ambiente de trás das telas de lcd.